SÃO PAULO e BRASÍLIA —Ter mais professores e alunos estrangeiros e levar docentes e estudantes brasileiros a mais instituições de ensino no exterior são preocupações da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para avançar em avaliações internacionais. As duas estão entre as 100 melhores instituições dos países em desenvolvimento e dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no ranking da britânica Times Higher Education (THE). A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também integram o ranking.
Na Unicamp, a pró-reitora de Pesquisa, Glaucia Pastore, viu “com certa alegria” o 24º lugar, que, segundo ela, não pode ser considerado desprezível considerando os países “concorrentes”:
— Devemos avaliar os valores do ranking para melhorarmos. Temos que receber mais alunos estrangeiros e fazer com que nossos alunos estudem mais fora. Para isso, a Unicamp criou em maio uma vice-reitoria para assuntos de internacionalização.
Segundo o reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan, as universidades brasileiras esbarram na burocracia para contratar professores de outras nacionalidades.
— Estive na Coreia do Sul e o reitor de uma universidade de lá disse que o pulo do gato para a melhora em rankings foi a contratação de 200 docentes estrangeiros nos últimos três anos. Na Unesp, nos últimos anos, contratamos 1.200 professores e só 15 eram do exterior — disse Durigan.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, considerou bom o resultado do Brasil no ranking da THE. Ao lado do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ele destacou que o país obteve o melhor desempenho na América Latina e ficou em sétimo lugar entre as 18 nações avaliadas.
— Estamos muito bem. Somos os sétimos entre os Brics e países emergentes. Isso não foi destacado — disse Luiz Claudio, citando que quatro universidades brasileiras estão entre as melhores, ante duas do México, duas do Chile e duas da Colômbia.